Os “cientistas cidadãos” do mergulho ajudaram a produzir um novo mapa dos peixes das Caraíbas que mostra que a biodiversidade é maior em águas mais quentes.
No entanto, revelou-se que os locais mais quentes hospedam menos espécies do que aqueles com temperaturas intermediárias – algo que os pesquisadores dizem não ter aparecido em estudos anteriores.
Estes resultados serão preocupantes, dado o rápido aumento da temperatura da água na região, afirmam cientistas da Associação Biológica Marinha (MBA) do Reino Unido e do Centro de Macroecologia, Evolução e Clima da Dinamarca, que elaboraram o relatório.
Com base em dados recolhidos por milhares de mergulhadores que trabalham há mais de 25 anos no projecto de pesquisa de peixes da Reef Environmental Education Foundation (REEF), o projecto permitiu aos investigadores comparar centenas de recifes de coral e outros locais costeiros.
As áreas de alta diversidade incluíam as Antilhas Holandesas (Bonaire, Curaçao e Aruba) e Florida Keys, enquanto relativamente poucas espécies foram encontradas em áreas como as Bermudas, o Golfo do México e o norte da Flórida.
Os cientistas examinaram potenciais fatores ambientais, como temperatura, salinidade e profundidade, bem como fatores humanos, como a densidade populacional. Dizem que a análise provou que o número de espécies de peixes registadas num local poderia ser previsto pelo calor da água e, em menor grau, pela profundidade.
“Em vez de ser uma relação simples, em que águas mais quentes levam a mais espécies de peixes, a relação observada nos dados do REEF era 'em forma de protuberância'”, disse o autor sênior, Dr. Ben Holt, do MBA, com sede em Plymouth.
“Os locais mais quentes tendem a ter mais espécies apenas até uma temperatura ideal de cerca de 27ºC, e então os locais mais quentes são menos diversificados.” Isto pode ser parcialmente causado pelo menor número de espécies adaptadas às temperaturas mais quentes.
“Estes resultados não se transferem necessariamente diretamente para as mudanças ao longo do tempo em qualquer local específico, por exemplo, à medida que as temperaturas da água do mar mudam no futuro”, disse o Dr. Holt. “Esta é uma área importante para futuras pesquisas, dada a importância destes habitats no Caribe e em todo o mundo.”
O estudo foi publicado no Journal of Biogeography. Saiba mais sobre a REEF SUA PARTICIPAÇÃO FAZ A DIFERENÇA
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09-Jun-17