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Ciência coletiva revela trapaceiro
Peixe-lua-lua vivo no Chile em 2017. (Foto: Explorasub)
Um peixe-lua que até recentemente se pensava existir apenas no Hemisfério Sul foi levado à costa em Santa Bárbara, Califórnia. O vigarista (mola tecta, de tectus ou “escondido”) foi descoberto pela primeira vez na Nova Zelândia há cinco anos e mais tarde descrito pelos cientistas como a primeira nova espécie de peixe-lua em 130 anos.
O peixe de 2 metros ficou encalhado em Sands Beach, na Reserva Coal Oil Point, onde se supôs ser um peixe-lua oceânico (Mola Mola) até que a especialista em conservação Jessica Nielsen postou fotos dela na página da reserva no Facebook.
Thomas Turner, biólogo marinho da Universidade de Califórnia, apareceu para tirar suas próprias fotos. Estes, publicados no site iNaturalist, chamaram a atenção da especialista australiana em peixes-lua, Marianne Nyegaard, da Universidade Murdoch, que liderou a descoberta de mola tecta em 2014, e o ictiologista Ralph Foster, do South Australian Museum.
7 Março de 2019
Um pedido a Turner e Nielsen de mais fotografias e uma amostra de tecido permitiu a confirmação da identificação à distância, para entusiasmo de todos os cientistas envolvidos.
“Sem olhares atentos, telemóveis com câmara e redes sociais, os ictiólogos australianos nunca teriam descoberto que este peixe tinha acabado de ser visto pela primeira vez no Hemisfério Norte”, disse Cris Sandoval, Diretora da Reserva Coal Oil Point.
“Este tipo de ciência colaborativa está ajudando os biólogos a mapear espécies de maneiras que não poderíamos ter imaginado há apenas alguns anos.”
A descoberta pode ter sido a primeira mola tecta visto desde que a espécie foi nomeada, mas na verdade não foi o primeiro trapaceiro a ser encontrado no Hemisfério Norte.
Um peixe-lua recolhido em 1889 ao largo da Holanda e preservado no Centro de Biodiversidade Naturalis em Leiden foi reavaliado em 2017 à luz da nova descoberta e considerado não ser um peixe-lua. Mola Mola mas um trapaceiro.