A Marinha do Brasil afundou um antigo porta-aviões desativado no Atlântico Sul – ignorando os avisos sobre os danos ambientais que pode causar.
O naufrágio controlado ocorreu a cerca de 190 milhas náuticas da costa brasileira, em uma área com cerca de 5 km de profundidade, no dia 3 de fevereiro. Os 266m São Paulo, que começou na França no final da década de 1950 como o Foch, foi afundado depois que uma sucessão de portos dentro e fora do Brasil se recusaram a aceitá-lo.
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Grupos ambientalistas alegaram que o navio de guerra está repleto de materiais tóxicos, incluindo cerca de 760 toneladas de amianto, mais de 300 toneladas de material contaminado com PCB e metais pesados que podem infiltrar-se na água e poluir o ecossistema marinho. Eles descreveram os destroços não como um recife artificial, mas como um “pacote tóxico de 30,000 mil toneladas”.
“Estamos em choque, porque há meses pedimos à Marinha do Brasil que simplesmente devolva o navio a uma base naval, para fazer um levantamento adequado dos materiais perigosos a bordo”, disse Jim Puckett, da Basel Action Network (BAN). . O Caridade americana recebeu esse nome em homenagem à Convenção de Basileia da ONU de 1989, destinada a restringir o comércio de resíduos perigosos entre países mais e menos desenvolvidos.
“Agora ficou claro que eles prefeririam contaminar o meio ambiente e perder milhões de dólares para evitar um exame mais aprofundado do verdadeiro conteúdo do navio”, disse Puckett, referindo-se ao desperdício de uma quantidade tão grande de aço reciclável. “O naufrágio foi completamente desnecessário.”
‘Violação flagrante’
A ação da Marinha do Brasil violou três tratados ambientais internacionais, diz o BAN – não apenas a Convenção de Basileia, mas a Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes e a Convenção e Protocolo de Londres para promover o controle de todas as fontes de poluição marinha.
“O que aconteceu ontem à noite ficará para a história como a violação mais flagrante dos tratados sobre produtos químicos e resíduos alguma vez cometida por um país”, comentou Nicola Mulinaris, da ONG Shipbreaking Platform. “Uma investigação independente sobre por que isso aconteceu deve ser realizada para garantir que tal coisa nunca aconteça novamente.”
à medida que o Foch, o porta-aviões participou dos primeiros testes nucleares da França no Pacífico, na década de 1960, e mais tarde foi usado na África, no Oriente Médio e na ex-Iugoslávia. O Brasil comprou o navio por US$ 12 milhões em 2000 e, no ano passado, contratou uma empresa turca para desmantelá-lo.
Este plano naufragou nas mãos das autoridades ambientais turcas em agosto, quando o São Paulo estava prestes a ser rebocado para o Mediterrâneo. Retornado ao Brasil, o navio não foi autorizado a entrar no porto –porque as autoridades o consideraram de “alto risco” ao meio ambiente.
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